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    Largue o mindset “no pain, no gain” de uma vez por todas

    Você tem visto atualmente nas campanhas de marketing que o fitness está ligado diretamente ao bem-estar e ao ganho de endorfina. Apontado na pesquisa feita pela ClearView em parceria com a IHRSA, assim como na ciência comportamental, consumidores se sentem mais motivados ao associarem a prática de exercícios com os benefícios de bem-estar imediatos. 

    O que isso significa para as atividades mais intensas, como o treino funcional?

    Associado durante muito tempo à frase “no pain, no gain”, o funcional se tornou de alguma forma um sinônimo de high-intensity interval training (HIIT), ou em português treino intervalado de alta intensidade, – caracterizado por movimentos mais difíceis, intensos e rápidos, que deixam todos suados e com a respiração ofegante no fim das aulas. 

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    Apesar desses treinos intensivos continuarem populares, a pandemia inspirou profissionais da área a repensar o treino funcional. Algumas das influências que têm levado a essa transformação são:

    • Pessoas que tiveram que parar os treinos com o fechamento das academias e agora estão voltando aos poucos;
    • Pessoas ainda sem condicionamento físico que estão buscando um exercício após perceberem a importância da atividade física para a saúde. 

    Tudo isso apresenta uma oportunidade para as academias irem de encontro com as necessidades dos alunos pós-pandemia através de uma nova versão de treinos funcionais. É menos sobre ficar super musculoso e mais sobre como o treino funcional impacta nossas atividades rotineiras e nos traz um bem-estar.

    A mentalidade tradicional de “no pain, no gain” - onde os exercícios eram vistos como um mal necessário - está cada vez mais sendo deixada de lado, dando espaço para o desejo de experiências agradáveis que trazem um resultado, ao invés de meras obrigações. Ainda é um treino funcional, mas com uma diversão inclusa.

     Adaptando a experiência

    Para satisfazer as necessidades e experiências dos clientes – e garantindo com que eles continuem voltando – academias devem desenvolver experiências no treino funcional que oferecem um atrativo maior, desde a programação, equipamentos, equipe e personalização.

    Programação

    Agora mais do que nunca, um plano de aula funcional deve ser montado para acomodar diferentes níveis de condicionamento físico e preferência de intensidade.

    “O que antigamente era um exercício dominado por pessoas ‘viciadas em academia’ com grande condicionamento físico, agora recebe uma demografia muito maior, incluindo pessoas mais velhas, jovens, e quem apenas pensa na sua saúde a longo prazo.”, diz Matthew Januszek, cofundador da Escape Fitness.  

    Isso não significa que os treinos não devem ser desafiadores, mas muda o pensamento de que para ser eficiente, o treino funcional deve ser como uma punição. Diferentes níveis para cada pessoa durante um mesmo treino, gameficação e motivação, são formas de deixar as aulas mais leves e divertidas. 

    Equipamentos

    Os treinos funcionais tipicamente fazem o uso de diversos equipamentos, que podem promover diversão na maneira que são incorporados nos exercícios. 

    “Os equipamentos e acessórios usados são muito importantes, porque criam variedade e adaptabilidade, e permitem que os treinadores ofereçam para os alunos uma experiência que vai fazer com que eles queiram repetir o exercício de novo e de novo,” afirma Januszek. 

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    O YBells, por exemplo, é um equipamento 4 em 1 que pode ser usado em infinitos exercícios funcionando como um haltere, kettlebell, dual-grip medicine ball (bola medicinal) e suporte de flexão.  

    “Não tem nada mais funcional do que movimentos como agachamentos e levantamento de peso”, afirma Rickard Blomberg, presidente da Eleiko Sport. “Adicionando novas técnicas, movimentos e tecnologias como sensores que coletam informações durante os exercícios, promovem uma experiência mais motivacional e divertida.” 

    Equipe e personalização

    Quando se trata de entregar experiências excepcionais, sua equipe é definitivamente o ingrediente secreto. 

    “Instrutores devem ter o poder de atrair, engajar e elevar seus alunos,” sugere Andrea Ausmus, diretora de operações fitness na Gold’s Gym SoCal. “Eles devem alcançar pessoas com a sua energia, fazer com que se sintam incluídos e levar esperança.” 

    Para Brent Gallagher, sócio da Avenu Fitness, “Pessoas vão aonde elas sentem que são reconhecidas, acolhidas e confiantes, e a sua equipe deve criar essa comunidade com mais aproximidade para garantir que elas continuem voltando no dia seguinte.”  

    Cultivando uma comunidade

    É importante prestar atenção no poder da personalização e reconhecer que o exercício físico não é feito para apenas um público e deve ser individualizado. 

    “Academias não devem subestimar o poder de uma comunidade e de lembrar as pessoas que exercícios podem ser divertidos”, diz Lori White, porta-voz da Energy Fitness. A academia, inclusive, deve utilizar a sua equipe e seus alunos em seu marketing, ao invés de promover apenas exercícios específicos.    

    “Praticar atividades físicas deveria ser sempre uma atividade prazerosa, pois é isso que – junto com uma boa relação – definitivamente leva a um comprometimento a longo prazo e traz resultados.” complementa Scott Thompson, diretor global de atletismo na F45.  

    Texto traduzido por Camila Silvestre.