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    5 perguntas antes de iniciar um processo de internacionalização de negócios

    Por: Mariela Vilar, PhD 

    PhD em Economia e Negócios Internacionalização de Negócios

    O fitness é um setor transversal a nível mundial, o que implica a melhoria da qualidade de vida dos seus praticantes, bem como a geração de múltiplas fontes de negócio e emprego. Cada vez mais empresas do setor atravessam fronteiras em busca de novas áreas para crescer corporativamente e alcançar cada vez mais clientes, conseguindo que desde cedo haja também uma outra consciência de cuidados de saúde integrais. 

    Deve-se considerar que não é o mesmo realizar um plano de internacionalização para uma empresa de serviços do que para produtos. Os custos podem diminuir na internacionalização de uma empresa de serviços, mas o facto de ter de formar profissionais e de prestarem o serviço conforme solicitado para continuar a prestar a qualidade que é habitual na empresa, torna muito difícil testar e monitorizar as provisões de serviços. 

    A internacionalização é uma opção necessária para empresas e organizações dos mais diversos portes, pois como se pode constatar no mundo do fitness, desde os estágios iniciais de seu desenvolvimento, estendem suas atividades para diversos países. Ao estudar as empresas líderes mundiais em determinados setores ou subsetores, percebe-se que várias delas quase sempre vêm do mesmo país de origem. Assim, por exemplo, o setor de eletrodomésticos é liderado por empresas japonesas, o setor químico por empresas alemãs, a indústria de entretenimento, software e cartões de crédito por empresas americanas, o setor farmacêutico por empresas suíças etc. O mundo do fitness não é estranho a isso, a maior proporção de empresas que concentraram seu desenvolvimento em nível internacional vem dos Estados Unidos e da Inglaterra (International Health, Racquet & Sportsclub Association – IHRSA, 2019). Esta evidência empírica demonstra que para ser competitiva a nível internacional, não só a empresa deve ter vantagens competitivas próprias que sirvam para reforçar a sua posição no mercado, é também necessário que a nível do sector no país de origem, desenvolve-se uma série de circunstâncias que fortalecem essas vantagens competitivas. As estratégias de negócios serão diferentes, as empresas são as verdadeiras protagonistas da competitividade, mas alguns fatores do setor no país de origem podem gerar algumas condições estruturais que forçam a busca constante por inovação, 

    Embora a internacionalização da empresa em questão seja evidente e necessária, a equipe de expansão deve se fazer 5 perguntas antes de iniciar seu planejamento, que podem ser: 

    1. Qual seria o motivo que o faz pensar em uma expansão internacional a partir do mercado de origem? 
    2. A necessidade foi atendida no mercado local ou ainda há uma taxa de crescimento? 
    3. Quais ferramentas básicas devem ser consideradas para começar com a internacionalização? 
    4. Quantos profissionais estarão envolvidos na internacionalização da empresa? Que perfil profissional eles devem ter?
    5. Que colaborador ou parceiro local terá no país de desembarque?

    Ao responder a essas questões norteadoras, para que uma empresa não morra diante de um processo de internacionalização, ela deve levar em consideração os fatores internos do país onde deseja desembarcar, tanto aspectos culturais quanto quais recursos humanos estão disponíveis no local e se você tiver que fazer uma repatriação. Internamente, os papéis de cada um dos colaboradores devem ser muito claros. Além de estudar tudo relacionado aos aspectos jurídicos e financeiros de cada país. Um parceiro local tem um papel fundamental para que, desde o início, não haja tantos erros. 

    O perfil do empreendedor e responsável pela expansão da empresa deve ter relações profissionais importantes. O networking é muito importante no planejamento de uma internacionalização. A gestão de soft skills também o ajudará a coordenar melhor a equipe de trabalho, além do espírito empreendedor e inovador que é muito típico desses líderes. 

    O fato de escolher um bom parceiro local tem grandes vantagens, alguém que auxilia no desembarque da empresa, colaborando para entender a cultura do local e se adaptando a ela. Além disso, por mais importante que seja atender o mercado local primeiro, não adianta ir para o exterior se você ainda não cresceu o suficiente em seu próprio mercado. 

    O tamanho da equipe que deve estar no processo de internacionalização não deve ser tão grande, é relevante que seja especializada e altamente confiável para realizar um processo tão delicado. É de suma importância que as metas e objetivos sejam muito bem planejados e que cada um tenha um papel bem definido. 

    Bibliografia 

    International Health, Racquet & Sportsclub Association – IHRSA (2019). Relatório Latino-Americano. Evolução, presente e futuro do setor de clubes e academias. Disponível em:  https://www.ihrsa.org/ 

    Pla, J. e Leon, F. (2016). Gestão de Negócios Internacionais. Madri: Pearson Education. 

    Villar, M. “Internacionalização de Negócios no Setor de Exercício Físico e Saúde”. tese de doutorado Madrid, 2021.