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    O mundo mudou e os serviços digitais estão remodelando o cenário das academias. Novos modelos de negócio estão surgindo conforme o que se convencionou chamar de “novo normal” vai se estabelecendo. Já se pode dizer que as ofertas digitais vieram para ficar e que essa tendência vem sendo introduzida na indústria do fitness, podendo ser oferecida em academias de todos os tipos e portes, para a maioria das atividades físicas.

    A indústria fitness sempre foi conhecida pela inovação, mas o que ela tem feito recentemente pode-se dizer que vai alguns passos além: o uso de mais tecnologias, de soluções para o “novo normal” e de novas ofertas para atrair clientes. Desde o início do fechamento das academias, o mercado do fitness, em todo o mundo, precisou realizar muitas adaptações para continuar operando. Forçados a lidar com os efeitos da pandemia, todos os envolvidos – gestores, treinadores, fornecedores e, é claro, clientes – tiveram que enfrentar uma série de questões complicadas, incluindo o fechamento dos estabelecimentos e o distanciamento social. 

    O que especialistas do setor têm arriscado dizer é que o universo digital e seus muitos recursos, assim como algumas outras inovações já adotadas por muitas academias, em todo o mundo, nesses novos tempos deverão se tornar tendências e, muito provavelmente, vão imprimir uma nova cara para o fitness. 

    Novas academias em formato omnichannel

    Mas, afinal, o que o tal de omnichannel? Nada mais é do que uma tentativa de fazer com que o consumidor não veja diferença entre o mundo online e o offline. Pode ser uma boa estratégia, muito usada pelo varejo, para melhorar a experiência do usuário e conduzir os relacionamentos das empresas com seu público. 

    Para sobreviver ao clima atual de negócios – nada normal – os proprietários de academias precisam ser capazes de operar dois negócios ao mesmo tempo: um no solo e outro na nuvem. Um tradicional, com atividades presenciais, no espaço físico da academia, e outro no universo digital, com o uso de toda tecnologia já disponível. 

    A maneira como os gestores de academias se posicionam, integram, monetizam e executam essas ofertas pode contribuir para que seus negócios se tornem bem sucedidos, mas também pode ser um risco. A indústria fitness, como muitas outras, ainda repousa em cima do muro. Será que o fitness vai inclinar um pouco para trás? Ou vai se posicionar fortemente para a frente? O resultado pode muito bem depender de uma experiência em omnichannel. 

    A pandemia de Covid-19 transformou rapidamente o fornecimento de uma ampla variedade de serviços digitais, que vão desde aquelas essenciais para as academias até às opcionais. Já há algum tempo, os aplicativos possibilitam que o cliente efetue check-in, pague suas contas, programe as aulas e acesse alguns outros serviços. Mas, como se constatou, isso era apenas a ponta do iceberg. Hoje, os consumidores desejam e, cada vez mais, exigem acesso a treinamento interativo e conteúdo educacional, para acessar quando e onde quiserem. Se a sua academia não fornecer isso, não atender essa demanda, outra o fará. 

    Nos Estados Unidos, esse portfólio online de recursos interligados e as instalações que o dominam já estão sendo chamadas de academias omnichannel. Equipados com tecnologia móvel em nuvem, os sistemas conferem inúmeros benefícios, permitindo que as academias aprimorem e aumentem a eficiência de algumas operações. Eles podem gerar receita por meio de upsell e promoções de marketing; reduzir despesas automatizando serviços básicos para clientes; e minimizar os custos de mão de obra, utilizando mensagens de Inteligência Artificial e chatbots para executar funções que antes exigiam uma equipe de funcionários. 

     

    Upsell é uma técnica de vendas em que um vendedor convida o cliente a comprar itens, atualizações ou outros complementos mais caros para gerar mais receita.

    Chatbot é um programa de computador que utiliza Inteligência Artifi cial para conversas com usuários de plataformas e aplicativos, como no Facebook e em sites de e-commerce.

    Mas é na área de bem-estar e treinamento físico que o omnichannel produz o maior retorno e retenção, em termos da experiência do cliente. Durante as semanas de isolamento, as plataformas digitais com treinamento pessoal sob demanda e instruções de aula por streaming se tornaram o principal elo entre muitas academias e seus clientes. 

    A oferta atende à demanda 

    A FunXtion, empresa de fitness digital com sede na Holanda e presente em 23 países, viu a demanda por seus serviços crescer durante o lockdown: "Vimos um aumento nas solicitações de aplicativos e integrações de conteúdo, principalmente na forma de aulas virtuais. As academias que tinham ofertas digitais durante a pandemia permaneceram ativas para suas comunidades, porque puderam estar com seus clientes, quando e onde eles precisavam”, relata o cofundador da marca, Ernst Neef. 

    O mercado europeu também já passou da fase de reabertura, mas as academias ainda estão desenvolvendo estratégias de distanciamento e já perceberam que, mesmo quando algo parecido com a normalidade aparecer, o digital continuará desempenhando um papel fundamental nos negócios. 

    “Mais empresas estão pensando em serviços digitais completos que atendam os clientes em todas as demandas ao longo de sua jornada fitness. Aplicativos, aulas virtuais, streaming e integração de conteúdo são os mais demandados por organizações que já têm uma oferta digital e desejam aprimorá-la”, explica Neef. 

    Daniel Freedman, CEO da BurnAlong, uma empresa de tecnologia que atende cerca de mil academias, diz que a crescente demanda por serviços omnichannel é uma tendência: “acreditamos que o futuro passará por essa relação entre o online e o offline. A atual crise de saúde acelerou o movimento nessa direção.” 

     

    Cabines individuais

    Uma das inovações, em meio à pandemia, foi a criação de cabines individuais para as práticas de exercício. Variando de modelos caseiros simples às unidades profissionais e até luxuosas, as cabines oferecem um espaço singular de treino. 

    Nos Estados Unidos, algumas academias têm apostado nessa oferta para retomar seus negócios. É o caso da Castle Hill Fitness 360, no Texas, que possui 47 cabines de luxo, com alta tecnologia, barreiras físicas e paredes, suprimentos de higienização e filtros de ar. Os clientes selecionam o treino, equipamento ou grupo muscular a ser trabalhado e são direcionados à cabine apropriada. As unidades devem ser reservadas com antecedência.

    “Recebemos feedback, de profissionais e de clientes, dizendo que os exercícios são mais eficientes. Ainda faltam ajustes, mas achamos que, para alguns, esse será o novo paradigma”, diz a gerente geral Michele Melkerson-Granryd, também diretora do Board da IHRSA.

    Essa é mais uma possibilidade de oferta para atrair clientes, mas, claro, não é a única. O setor de fitness sempre foi inovador e, em tempos de pandemia, está atento às demandas e necessidades dos clientes. Nesse momento, ainda de retomada das atividades, o mais importante é garantir segurança a todos que frequentam as academias. Se ainda há dúvidas sobre como proceder, consulte a Cartilha ACAD clicando aqui.

     

    Mercado brasileiro 

    A exemplo do que vem ocorrendo nos Estados Unidos, a adesão pelo plano recorrente pode vir a ser uma tendência também no mercado brasileiro. 

    Segundo Peter Thomas, head de operações da W12, menos de 20% das academias brasileiras utilizam o sistema de plano recorrente. Nos Estados Unidos, são mais de 90%. “Muitos empresários ainda não perceberam que o negócio das academias mudou para um modelo conhecido como SaaS (Software as a Service), popularizado pelas plataformas de streaming. 

    A sua academia já está preparada para os novos tempos e toda essa inovação? 



    Texto produzido para a revista ACAD Brasil  baseado em informações publicadas no site da IHRSA.