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    Independentemente do ramo de negócio, o fator adaptabilidade se mostra fundamental para o sucesso de qualquer inciativa. A indústria fitness não foge à regra.

    Nos últimos anos, percebe-se um claro movimento de reinvenção, diretamente motivado por mudanças no comportamento do consumidor.

    O chamado consumo consciente também se tornou realidade nas academias e estúdios. A questão do custo x benefício, aliada ao maior alinhamento das pessoas com suas reais necessidades tem culminado no surgimento de empreendimentos que buscam entregar serviços cada vez mais personalizados.

    É nesse cenário que encontramos iniciativas disruptivas nos modelos de negócio que tem moldado novos contornos à forma como os serviços de fitness e saúde são oferecidos no Brasil, como se pode observar no exemplo a seguir.

    O modelo All You Can Eat (AYCE)

    O Gympass é uma plataforma que conecta uma rede de academias de ginástica aos praticantes de atividades físicas, adaptando ao universo fitness o modelo de assinatura "All You Can Eat", comumente praticado por serviços de streaming de produtos audiovisuais.

    All You Can Eat (AYCE), cujo equivalente em língua portuguesa seria algo próximo de “coma o quanto puder” é um modelo de negócio que funciona ao liberar aos clientes o consumo ilimitado de produtos ou serviços, pagando um valor fixo.

    Assim como as atuais provedoras globais de filmes e séries online apresentaram aos consumidores um esquema de consumo mais confortável do que o oferecido pelas videolocadoras, o fenômemo Gympass também acende um sinal de alerta para as academias tradicionais.

    As academias não correm (ao menos por esse motivo) o risco de desaparecerem, até porque são parte integrante da engrenagem que move o negócio. Os filmes também não deixaram de ser produzidos pelos estúdios de cinema e TV, o que leva à crença de que o que está em jogo também no mercado fitness é a forma de se ofertar o produto final ao frequentadores.

    O Gympass é um benefício corporativo nascido em terras brasileiras, em 2012. Essa ligação com o público corporativo é interessante, pois por meio dela é possível que os custos finais sejam diluídos entre empresas e colaboradores.

    As três pontas envolvidas saem satisfeitas nessa troca: empresas enxergam a oportunidade de enriquecer seu Employer Branding e seu pacote de benefícios, seus funcionários podem variar seus treinos ao acessarem academias com até 70% de desconto e as academias ou estúdios associados recebem um fluxo extra de frequentadores.

    O serviço segue em plena expansão e já funciona em 14 países. Iniciada como startup, a Gympass já passou por seis rodadas de capital. A mais recente é um aporte de U$ 300 milhões, realizado pelo grupo japonês Softbank.

    Com esse investimento, a empresa passa a ocupar uma posição na rara lista das empresas fitness brasileiras que superaram a barreira de US$ 1 bilhão em valor de mercado.