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    As atividades aquáticas podem ser boas opções e poderiam receber mais atenção dos empreendedores fitness no Brasil. Não é novidade para entusiastas e empreendedores do mercado fitness a capacidade do setor de se adaptar a novas ideias e modelos de negócio.

    A própria IHRSA tem atuado como um canal de disseminação global de iniciativas arrojadas, dos mais diferentes perfis, que visam atender clientes cada vez mais conscientes de suas necessidades.

    No cenário nacional, a situação é um pouco diferente. Embora inúmeros projetos de academia também se moldem fortemente na percepção dos anseios dos possíveis clientes, a atividade física no País ainda tem seu potencial abaixo do explorado.

    Para Gustavo Borges, que comanda a Metodologia Gustavo Borges e ocupa a presidência da Associação Brasileira de Academias (ACAD Brasil), as atividades aquáticas são um exemplo claro de potencial pouco explorado, com baixa presença no mercado, em comparação com outros países.

    Sedentarismo e sazonalidade: rivais a serem batidos

     

    De acordo com o medalhista olímpico, o Brasil é um dos lugares mais sedentários do mundo, inclusive em cidades que carregam uma imagem esportiva, como o Rio de Janeiro.

    47% da população brasileira não pratica atividade física suficiente para se manter saudável.

     

    “Essa é uma questão cultural. A falta do exercício físico na rotina das pessoas acontece em virtude de um mindset que precisa ser trabalhado, antes de tudo. Esse aspecto cultural é uma das mais importantes razões para a tímida presença de aulas de natação e afins entre as modalidades mais comuns ao mercado fitness brasileiro”, afirma.

    Borges também destaca a sazonalidade com um desafio a ser considerado. As academias precisam diversificar a precificação de seus planos para garantir a retenção de clientes, principalmente nas épocas de baixa temperatura

    Atividades Aquáticas Gustavo Borges

    Para “nadar de braçada”, é preciso investir em infraestrutura para as atividades aquáticas

     

    Outro motivo importante, e que deriva do primeiro, é a falta de estrutura para a prática das atividades aquáticas. Ainda segundo Borges, “são dados ainda não oficiais, mas a ACAD Brasil estima entre 15% e 17%, o número de estabelecimentos nacionais que contam com ao menos uma piscina”.

    A gestão fitness brasileira precisa perceber a importância da infraestrutura. Academias que já contam com piscinas estão um passo a frente das que ainda precisam investir em reformas para oferecer esportes aquáticos. O segundo caso é a realidade da grande maioria dos empreendedores fitness no Brasil.

    “Isso, no entanto, pode ser encarado como oportunidade. Construir uma piscina é algo que não tem grande impacto no orçamento das academias low cost, por exemplo. Algumas delas já têm ajustado tanto seus planos de negócio quanto sua estrutura física. A adição de atividades aquáticas gera valor aos clientes e permite um reajuste no preço da assinatura dos serviços”, diz Borges.

    O aspecto educacional da natação infantil

     

    Outro fato relevante a ser destacado é a questão da segurança em ambientes aquáticos que, particularmente, gera grande interesse nos pais. Aprender a nadar é algo que realmente faz a diferença, considerando o fato de que os afogamentos ocupam a segunda posição nas causas de morte acidental no Brasil.

    Qual a importância da prática de atividades aquáticas? Saiba mais no link a seguir: http://hub.ihrsa.org/brasil/o-tesouro-est%C3%A1-debaixo-d%C3%A1gua-entrevista-com-gustavo-borges

    Em torno de 75% dos alunos da Metodologia Gustavo Borges se localizam na faixa etária entre os 2 e 7 anos.

    Na opinião de Borges, quando se trabalha com esse público, a educação passa a ser o fio condutor das ações. “É a educação por meio da natação. Para crianças, não há tanta relação com o negócio fitness, como no caso dos adultos. É preciso desenvolver a comunicação com os pais e os processos pedagógicos”.

    Para o ex-nadador e empresário, tudo o que acontece dentro das escolas precisa estar no radar de quem pretende atuar no ramo das atividades aquáticas para crianças.

    “O movimento se inicia no ambiente escolar e nós temos que incorporá-lo aos nossos negócios”, finaliza ele.

    Agora que você descobriu um pouco mais do potencial das atividades aquáticas no Brasil, descubra como os estúdios de treino coletivo podem ser uma alternativa para os alunos e uma oportunidade para os empreendedores.