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    Chris Stevenson, membro do board da IHRSA, compartilha sua visão sobre as mudanças do mercado fitness e o que é necessário para a sobrevivência em meio ao tsunami de novidades.

    Na 20° edição da IHRSA Fitness Brasil, Chris Stevenson esteve no Brasil para uma palestra sobre vendas baseadas em soluções. Conversamos com o palestrante sobre as principais tendências do mercado fitness no Brasil e no mundo. Dentre os principais tópicos que o empresário destaca, está a transição da preocupação com o corpo perfeito para um olhar voltado à saúde em longo prazo, além das maneiras como o gestor pode manter o seu negócio em alta para não se perder entre a enxurrada de novidades do mundo atual e a importância da tecnologia neste processo.

    Revolução do Wellness

    O conceito de estética está passando por uma transformação no setor: de prioridade à consequência, tornando-se apenas o resultado de um estilo de vida saudável. A era do “tanquinho” e da “barriga negativa” está lentamente dando lugar a uma geração que se importa com o bem-estar imediato e a saúde no futuro. Essa mudança é percebida na mentalidade dos consumidores de todas as gerações e principalmente, nos mais velhos, uma vez que a população está envelhecendo e se preocupando cada vez mais com a qualidade de vida. Em breve, o público idoso ocupará um lugar ainda maior no mercado. Se dará bem quem se preparar para isso desde agora, oferecendo serviços especializados, como exercícios de menor impacto, um planejamento diferenciado, além de um atendimento específico.

    Experiência do usuário e a tecnologia

    As modalidades esportivas, os equipamentos e até o estilo de academia podem ser copiados pelos concorrentes, mas isso não pode acontecer com os "atributos intangíveis (os resultados do cliente, o atendimento, o clima da sua academia e, principalmente, a disposição em ouvir e trazer novidades constantemente) que você promove. Estes diferenciais têm o poder de fazer o cliente preferir o seu estabelecimento em detrimento do concorrente. É notável que a transmissão de valores para o cliente, desde a primeira visita à academia até o fim do treino, são aspectos que estão norteando o foco dos negócios modernos.

    Além disso, em um mundo em que as pessoas estão conectadas o tempo todo, os gestores não podem se limitar a oferecer apenas a vivência física do cliente em seu estabelecimento. Manter as pessoas por perto além do treinamento, pelas redes sociais ou aplicativos de monitoramento que exibem, entre outras funcionalidades, os resultados de cada usuário, é uma necessidade à qual não se pode mais ficar de fora. O contato frequente com o cliente tem o poder de engajá-lo a alcançar os próprios objetivos dentro do seu negócio. "As pessoas monitoram sua própria atividade o tempo todo. Portanto, não se trata mais do tempo que a pessoa fica na academia. É, também, que você está fazendo fora deste horário, permanecendo conectado dessa maneira.", afirma Chris na entrevista.

    Obesidade e sedentarismo

    A sociedade enfrenta hoje uma onda crescente de sedentarismo e obesidade, mesmo em meio à onda fitness. Uma projeção da Organização Mundial de Saúde diz que até 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estarão com sobrepeso; e mais 700 milhões, obesos. Chris comenta que as pessoas realmente sabem quais são as opções saudáveis e o que fazer para manter um estilo de vida melhor, mas o problema que ainda persiste está na escolha pessoal e na disposição em tomar atitudes diferentes para alcançar novos resultados. “No grupo com que falei esta manhã, se eu dissesse 'levante a mão se você acha que deveria manter uma rotina saudável', todos levantariam as mãos; Se eu dissesse 'levante a mão se você acha que deve fazer exercícios', todos levantariam as mãos. Se eu lhes der um questionário perguntando 'o que é mais saudável: peito de frango grelhado ou um donut?', todos saberão responder essa pergunta. Em última análise isso resulta de uma escolha pessoal e da disposição em fazer melhor essas escolhas”, confirma Chris.

    As escolas, as empresas e as iniciativas privadas têm o poder de reverter gradualmente este quadro, promovendo medidas de conscientização e bons hábitos. Iniciativas como ginástica laboral, programas de bem-estar e saúde que incentivem a prática de exercícios (oferecendo até mesmo matrícula em academias como benefício) entre os funcionários. Já as escolas, que por vezes tem um orçamento limitado, precisam tomar uma atitude de para aumentar o incentivo à educação física – que acaba sendo o primeiro alvo dos cortes de verba.